O mundo não pára, todos procuram um caminho, mudanças, novos tempos, enquanto eu fico parado. Será preguiça, falta de empenho? Ou será simplesmente receio de voltar a errar, receio de dar o primeiro passo e voltarem a cortar-me as assas, receio que seja apenas mais uma tentativa entre muitas outras que virão. As feridas essas que sararam antes, abrem-se um após uma, escorrem-me com força nas veias e tudo bate fundo, tudo o que fiz o que faço está preso por um fio que rói até mais pano escuro que possa existir.
É como se não pudesse partilhar o mesmo ar, como se o errado fosse do meu lado, como se nunca pudesse fazer um simples sorriso perante a sociedade em que existimos. Fechar os olhos é duro, aguentar com encontrões por mais persistentes que sejamos, para um dia mais tarde me converter e agregar "à categoria dos apáticos e dos indiferentes".
Preconceito atinge os fracos, ou é um meio de elevar os que se julgam fortes? Será preconceito um defeito ou um estado de ignorância?